A “flor de lis”, símbolo do Escutismo, poderá
ter aparecido a partir de um sapo?
Alguns historiadores defendem que a
flor-de-lis, que era usada em mapas para indicar o norte, derivou de um sapo.
Conta-se que o rei Clóvis, fundador da nação francesa, resolveu converter-se ao
Cristianismo no ano de 496, tendo escolhido para seu símbolo real um sapo
dourado. Talvez por este animal não se adequar ao estatuto da realeza, o símbolo
ter-se-á renovado ao longo dos anos, originando um aspecto mais parecido com a
ponta das setas que os franceses adoptaram para os seus exércitos. Ainda assim,
houve quem procurasse neste novo aspecto uma imagem mais pacífica,
assemelhando-se, então, a uma flor-de-lis.
Em 1302, o navegador italiano
Flávio Gioja inventou a bússola como instrumento de navegação fiável, adoptando
a flor-de-lis (ou ponta de seta) para indicar o norte, em honra do rei de
Nápoles, Carlos de Anjou, descendente da coroa francesa e cujo brasão continha a
flor-de-lis da realeza.
Na década de 1890, Baden-Powell adoptou a
flor-de-lis usada nos mapas como insígnia (metálica) para certificar os
militares que completassem com sucesso um curso de exploradores que ele próprio
criou. Em 1907, no acampamento experimental de Brownsea, usou a mesma insígnia
metálica para certificar os rapazes que completassem as provas, introduzindo a
flor-de-lis no escutismo. Inicialmente, o símbolo foi divulgado como a ponta de
uma seta, mas, por força das críticas surgidas de que o símbolo do escutismo era
um símbolo bélico, em vez da simples origem na tradição náutica, muitos países
passaram a adoptar a flor-de-lis para descrever o símbolo do
escutismo.
(baseado num trabalho de Piet Kroonenberg, historiador do
escutismo)